terça-feira, 22 de março de 2011

Epilepsia: Tão comum quanto desconhecida.


A epilepsia é uma doença muito mais comum do que se imagina, porém, ainda desconhecida pela maioria das pessoas. “A epilepsia é a condição neurológica crônica mais comum em todo o mundo e pode acontecer em qualquer idade, raça e classe social. Para se ter uma idéia, estima-se que no Brasil existam três milhões de pessoas com a doença e a cada dia 300 novos casos são diagnosticados”, diz o neurologista Ricardo Teixeira, que dirige o Instituto do Cérebro de Brasília (ICB).
O desconhecimento e o preconceito são os grandes problemas quando o assunto é esta doença. Apesar de ser uma questão de saúde pública, são poucas as pessoas que realmente sabem o que é a epilepsia. A genética, algumas situações médicas que causam o desequilíbrio bioquímico do corpo e, até mesmo, o uso de certas drogas estão dentre os principais causadores.
“Quando nosso cérebro dá a ordem para nossa mão mexer, ele está disparando um impulso nervoso que nada mais é do que um impulso elétrico de baixíssima intensidade. Até chegar à mão, esse impulso viaja pelas ramificações dos neurônios e passará também por estações em que os impulsos dependem de transporte químico (sinapses) para que a informação chegue enfim aos músculos da mão. Tudo isso acontece quando resolvemos mexer a mão voluntariamente. Imagine agora um grupo de neurônios que resolve disparar esses mesmos impulsos "sem a nossa autorização", provocando movimentos involuntários da nossa mão. E esses neurônios não ficam disparando o tempo todo de forma anormal. Pode ser uma vez ao mês, uma vez ao ano, todo dia, e quando disparam provocam o que conhecemos como crise epiléptica”, explica o médico.
Vale lembrar que para ser considerado um epilético, não basta apenas uma crise. “Podemos dizer que uma pessoa tem epilepsia quando já apresentou mais de uma crise epiléptica não provocada. Crises não provocadas são as crises que acontecem espontaneamente, sem a presença de um desequilíbrio agudo e transitório do cérebro (ex: redução na concentração de sódio). Mais recentemente reconhece-se que mesmo que a pessoa tenha apresentado uma única crise, mas na presença de alteração cerebral que pode vir a causar outras crises, essa pessoa já pode ser considerada como portadora de epilepsia”, ressalta ele.
Contudo, atenção! Epilepsia não é sinônimo de convulsão! O médico destaca: “A convulsão é o tipo mais dramático de crise, e significa que o cérebro passa por um curto circuito difuso. Porém, existem crises epilépticas muito mais discretas, e essas geralmente são reflexos de disparos anormais em apenas uma região do cérebro, não se espalhando para o cérebro todo, como é o caso da convulsão”.

Mais informações:

Instituto do Cérebro de Brasília (ICB)
www.icbneuro.com.br

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