segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

A importância do sono.

É um total contra-senso o fato de que, num mundo em que cerca de 16 a 40% das pessoas em geral sofrem de insônia, haja aquelas que, iludidas pelos valores da sociedade industrial, esforçam-se por reduzir o número de horas de sono diário. Com isso acreditam, provavelmente, que um corpo "treinado" para dormir menos nos permita ampliar o número de "horas úteis" do dia, mantendo o mesmo desempenho.
Pura ilusão ou, mais provavelmente, uma boa dose de ignorância sobre a importância que o sono tem no funcionamento de nosso corpo e da nossa mente.
Dormir não é apenas uma necessidade de descanso mental e físico: durante o sono ocorrem vários processos metabólicos que, se alterados, podem afetar o equilíbrio de todo o organismo a curto, médio e, mesmo, a longo prazo. Estudos provam que quem dorme menos do que o necessário tem menor vigor físico, envelhece mais precocemente, está mais propenso a infecções, à obesidade, à hipertensão e ao diabetes .
Alguns fatos comprovados por pesquisas podem nos dar uma idéia da importância que tem o sono no nosso desempenho físico e mental. Por exemplo, num estudo realizado pela Universidade de Stanford, EUA, indivíduos que não dormiam há 19 horas foram submetidos a testes de atenção. Constatou-se que eles cometeram mais erros do que pessoas com 0,8 g de álcool no sangue - quantidade equivalente a três doses de uísque. Igualmente, tomografias computadorizadas do cérebro de jovens privados de sono mostram redução do metabolismo nas regiões frontais (responsáveis pela capacidade de planejar e de executar tarefas) e no cerebelo (responsável pela coordenação motora). Esse processo leva a dificuldades na capacidade de acumular conhecimento e alterações do humor, comprometendo a criatividade, a atenção, a memória e o equilíbrio.

O sono e os hormônios:
A longo prazo, a privação do sono pode comprometer seriamente a saúde, uma vez que é durante o sono que são produzidos alguns hormônios que desempenham papéis vitais no funcionamento de nosso organismo. Por exemplo, o pico de produção do hormônio do crescimento (também conhecido como GH, de sua sigla em inglês, Growth Hormone) ocorre durante a primeira fase do sono profundo, aproximadamente meia hora após uma pessoa dormir.

As Fases do Sono:
- Fase 1:

Melatonina é liberada, induzindo o sono(sonolência).
- Fase 2:
Diminuem os ritmos cardíaco e respiratório, (sono leve) relaxam-se os músculos e cai a temperatura corporal.
- Fases 3 e 4:
Pico de liberação do GH e da leptina; cortisol começa (sono profundo) a ser liberado até atingir seu pico, no início da manhã.
- Sono REM
Sigla em inglês para movimento rápido dos olhos, é o pico da atividade cerebral, quando ocorrem os sonhos. O relaxamento muscular atinge o máximo, voltam a aumentar as freqüências cardíaca e respiratória.

Qual é o papel do GH? Entre outras funções, ele ajuda a manter o tônus muscular, evita o acúmulo de gordura, melhora o desempenho físico e combate a osteoporose. Estudos provam que pessoas que dormem pouco reduzem o tempo de sono profundo e, em conseqüência, a fabricação do hormônio do crescimento.
A leptina, hormônio capaz de controlar a sensação de saciedade, também é secretada durante o sono. Pessoas que permanecem acordadas por períodos superiores ao recomendado produzem menores quantidades de leptina.

Resultado: o corpo sente necessidade de ingerir maiores quantidades de carboidratos.
Com a redução das horas de sono, a probabilidade de desenvolver diabetes também aumenta. A falta de sono inibe a produção de insulina (hormônio que retira o açúcar do sangue) pelo pâncreas, além de elevar a quantidade de cortisol, o hormônio do estresse, que tem efeitos contrários aos da insulina, fazendo com que se eleve a taxa de glicose (açúcar) no sangue, o que pode levar a um estado pré-diabético ou, mesmo, ao diabetes propriamente dito.

Num estudo, homens que dormiram apenas quatro horas por noite, durante uma semana, passaram a apresentar intolerância à glicose (estado pré-diabético).

Mas qual é a quantidade ideal de horas de sono? Embora essa necessidade seja uma característica individual, a média da população adulta necessita de 7 a 8 horas de sono diárias.


Falando em crianças, é especialmente importante que seja respeitado um período de 9 a 11 horas de sono, uma vez que, quando elas não dormem o suficiente, ficam irritadiças, além de terem comprometimento de seu crescimento, devido ao problema já mencionado sobre a diminuição do hormônio do crescimento, do aprendizado e da concentração.

É na escola que os primeiros sintomas da falta de sono são percebidos. O desempenho cai e a criança pode até ser equivocadamente diagnosticada como hiperativa, em função da irritabilidade e de sua dificuldade de concentração, conseqüentes da falta do sono necessário.


É no sono REM, quando acontecem os sonhos, que as coisas que foram aprendidas durante o dia são processadas e armazenadas. Se alguém, adulto ou criança, dorme menos que o necessário, sua memória de curto prazo não é adequadamente processada e a pessoa não consegue transformar em conhecimento aquilo que foi aprendido. Em outras palavras: se alguém - adulto ou criança - não dorme o tempo necessário, tem muita dificuldade para aprender coisas novas.

Riscos provocados pela falta de sono a curto prazo: cansaço e sonolência durante o dia, irritabilidade, alterações repentinas de humor, perda da memória de fatos recentes, comprometimento da criatividade, redução da capacidade de planejar e executar, lentidão do raciocínio, desatenção e dificuldade de concentração.

Riscos provocados pela falta de sono a longo prazo: falta de vigor físico, envelhecimento precoce, diminuição do tônus muscular, comprometimento do sistema imunológico, tendência a desenvolver obesidade, diabetes, doenças cardiovasculares e gastro-intestinais e perda crônica da memória.

Conselhos para Dormir Melhor:
- À noite, procure comer somente alimentos de fácil digestão e não exagerar nas quantidades.
- Evite tomar café, chás com cafeína, como chá-preto e chá-mate e refrigerantes derivados da cola, pois todos são estimulantes ("despertam").
- Evite dormir com a TV ligada, uma vez que isso impede que você chegue à fase de sono profundo.
- Apague todas as luzes, inclusive a do abajur, do corredor e do banheiro.
- Vede bem as janelas para não ser acordado(a) pela luz da manhã.
- Não leve livros estimulantes nem trabalho para a cama.
- Procure usar colchões confortáveis e silenciosos.
- Tire da cabeceira o telefone celular e relógios.
- Tome um banho quente, de preferência na banheira, para ajudar a relaxar, antes de ir dormir
- Procure seguir uma rotina à hora de dormir, isso ajuda a induzir o sono

Autora: Dra. Regeane Trabulsi Cronfli,médica formada pela Faculdade de Medicina da USP, especialista em Endocrinologia e Metabologia.

Ronco: Durma-se com um barulho desses...

O ronco está entre as principais causas de insônia – de quem dorme ao lado do roncador, é claro. Um ronco pode chegar a registrar 80 decibéis, volume equivalente ao de um aspirador de pó ligado.
De acordo com uma pesquisa inglesa, metade dos infelizes que dividem a cama com um roncador tem a vida sexual comprometida pelas desavenças surgidas em torno do barulhão noturno.

O ronco é um mal predominantemente masculino, na proporção de três homens para uma mulher.

Uma das explicações para esse desequilíbrio está na testosterona, o hormônio da masculinidade: em grande quantidade, ele estreita o canal da faringe.

O estilo de vida também conta – cigarro, álcool, sedentarismo e dietas gordurosas, entre outros fatores. O excesso de peso, por exemplo, dificulta a passagem do ar pelas vias respiratórias. Velhos tendem a roncar mais, porque a musculatura da garganta se torna menos rígida com o decorrer dos anos, levando ao estreitamento do canal de circulação de ar.

Para 3% da população, o ronco é sintoma de apnéia. O problema se caracteriza pela suspensão da respiração durante a noite. Nos casos mais graves, a apnéia é motivo de infartos e derrames.

Interessante: Elas são para sempre...

Dieta, redução de estômago, nada adianta: a quantidadede células de gordura não diminui depois dos 20 anos. O máximo que você pode fazer é murchá-las.
Um artigo publicado na revista científica Nature traz a mais fascinante explicação para um dos maiores tormentos das pessoas – a dificuldade de emagrecer e de manter o novo peso. Pesquisadores do Instituto Karolinska, em Estocolmo, na Suécia, revelaram que o número de células adiposas (adipócitos) é definido até os 20 anos.

Depois dessa idade, nada é capaz de diminuir essa quantidade – nem a mais espartana das dietas. Quando uma pessoa emagrece, os adipócitos apenas perdem volume, mas continuam lá. Não é só isso.

Todos os anos, 10% das células adiposas são renovadas. E as novas têm uma incrível propensão para aumentar de tamanho. Eis aí uma explicação de por que, depois de um período de privações à mesa, é fácil recuperar os quilos perdidos.
Uma pessoa de peso normal tem de 20 a 30 bilhões de células adiposas. Os gordos, de 60 a 80 bilhões. A quantidade de adipócitos acumulada nos primeiros vinte anos de vida é determinada principalmente por dois fatores: genética e hábitos alimentares.

A influência da dieta é enorme. Imaginemos alguém programado geneticamente para ter 70 bilhões de células adiposas. Se, na infância e na adolescência, essa pessoa foi acostumada a comer com parcimônia, de preferência alimentos pouco calóricos, ela pode driblar a genética e nunca atingir a quantidade de adipócitos determinada pelos genes. Mas, em geral, ocorre o contrário – come-se muito e mal desde cedo. Não é à toa que 75% das crianças roliças serão adultos obesos.

A puberdade é o período mais propício para a proliferação das células adiposas. Como os jovens nessa fase tendem a comer mais, eles apresentam uma quantidade maior de gordura circulante – o que serve de combustível para a formação de adipócitos. As células adiposas são fundamentais para o desenvolvimento do organismo.

Elas estimulam a produção do hormônio responsável por desencadear o processo da puberdade. No entanto, quanto maior o número de células adiposas adquiridas nessa fase, mais árdua será a luta contra a balança no futuro.

Depois dos 20 anos, o excesso alimentar faz com que as células adiposas aumentem de volume. Isso se traduz em barrigas salientes e coxas roliças. A descoberta de que 10% dos adipócitos se renovam a cada ano, e de que os novos são mais vorazes do que os antigos, torna esse cenário ainda mais sombrio. "Uma célula jovem, não importa a sua função, é sempre mais eficaz.

Como a principal atribuição de uma célula adiposa é acumular gordura, ela o fará com maestria", diz o endocrinologista Alfredo Halpern, pesquisador da Universidade de São Paulo.
Liderada pela cientista Kirsty Spalding, a equipe do Instituto Karolinska analisou o ciclo de vida e morte dos adipócitos de 742 pessoas, homens e mulheres com os mais variados perfis. Em 687 delas, os pesquisadores fizeram biópsias do tecido da região abdominal.

Ao compararem esses resultados com estudos similares feitos anteriormente em crianças e jovens, conseguiram definir a idade-limite para a proliferação das células adiposas.

Foram também avaliados exemplares de tecido gorduroso de vinte voluntários obesos, submetidos à cirurgia de redução do estômago. As amostras foram colhidas antes da operação e dois anos depois. Apesar do emagrecimento à força e do intervalo de tempo entre uma análise e outra, o número de células adiposas não variou quase nada. Ficou ao redor dos 80 bilhões.

Nova patologia entre usuários de PC: Computer Vision Syndrome - CVS

Não é difícil hoje em dia passar mais de duas horas em frente ao computador. O uso da informática é cada vez mais comum, seja no ambiente de trabalho ou doméstico.
Este hábito tem exigido cada vez mais dos olhos humanos, gerando conseqüências como a Síndrome Visual do Usuário de Computador ou CVS (Computer Vision Syndrome).
A síndrome, também conhecida como fadiga visual, atinge entre 70% e 90% dos usuários de informática.
Os sintomas são:
- Dor de cabeça.
- Olhos vermelhos.
- Lacrimejamento em excesso ou olho seco.
- Sonolência.
- Vista cansada.
Pesquisa realizada recentemente com 2 mil pacientes que usam o computador de 12 a 14 horas por dia revelou uma relação direta entre o mau uso do PC e o aumento da cefaléia, olho seco e até da miopia entre crianças.
Causas:
Quando usamos o micro movimentamos pouco o globo ocular e piscamos, em média, cinco vezes menos que o normal. Isso prejudica a troca do filme lacrimal, uma película responsável pela umidade na superfície do globo ocular.
A situação piora para usuários de lentes de contato, que é hidrofílica. "É como se ela bebesse água do olho".
Os ambientes refrigerados também agravam o ressecamento. Outro fator importante são as 16,7 milhões de cores geradas pelo monitor de vídeo, que sobrecarregam a musculatura responsável por regular a entrada de luz até a retina. As imagens em pixels exigem ajuste de foco milhares de vezes por dia.
Também se relacionam a esse fato a iluminação do ambiente e a posição do monitor. Ambientes excessivamente claros que geram reflexos e o monitor em uma posição muito alta exigem mais da visão do usuário.
Os tratamentos variam conforme o caso e os sintomas:
Os problemas mais comuns são a miopia transitória em crianças e a presbiopia, ou vista cansada, nos adultos, principalmente acima dos 40 anos.
Leôncio Queiroz ressalta que projetos desenvolvidos no Alabama para reduzir a CVS demonstram que o conforto visual aumenta a produtividade em 20%.
As principais dicas do médico para eliminar a fadiga visual são:
- O monitor deve ficar 10° a 20° abaixo do nível dos olhos.
- A distância entre a tela do monitor e os olhos deve ser de 60 cm.
- O monitor não deve ficar de frente para a janela, pois a luminosidade causa ofuscamento, nem de costas porque forma sombras e reflexos que usam desconforto.
- Evite excesso de luminosidade das lâmpadas e luz natural pois as pupilas se contraem e geram cansaço visual.
- Regule sempre a tela com o máximo de contraste e não de luminosidade.
- Mantenha a tela do monitor sempre limpa.
- A cada hora, descanse de 5 a 10 minutos, saindo de frente do computador;
- Lembre-se de piscar voluntariamente quando estiver usando o micro.
PROF. SILVIO RIBEIRO: INFORMÁTICA PARA EXECUTIVOS E TERCEIRA IDADE.